Olá amigos!
Confiram a matéria sobre a Feira Cultural realizada pela escola Palmyra Perillo (Santa Branca) e que teve como inspiração os livros "O Que se Conta Daqui..." e "Encantos e Malassombras de Jacarehy". Cliquem aqui:
E conheçam o blog da Feira.
Abraços!
Corpo Seco
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
BATE PAPO SOBRE O LIVRO NAS ESCOLAS RURAIS DE SANTA BRANCA
Olá amigos!
No dia 06-09 e hoje (16-09), a autora Tatiana Baruel visitou as três escolas rurais de Santa Branca para um bate papo sobre o livro "Encantos e Malassombras de Jacarehy". São elas: "Profa Silvinha Cantinho Braga Campos", "Profa Marina Nogueira" e "Profa Maria Aparecida Fonseca".
Eu não fui, mas a Tati me contou que foi muito divertido! No bate papo, as crianças fizeram perguntas sobre o livro, sobre a escritora e também contaram as histórias de assombração que sabiam.
Na escola Silvia Campos tinha até um saci preso numa garrafa, eita, ainda bem que eu fiquei por aqui...
As fotos seguem abaixo.
Abraços assombrosos!
Corpo Seco
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
CONTAÇÕES
Olá amigos!
Em agosto realizamos dez contações da peça "Encantos e Malassombras de Jacarehy".
Agora em setembro realizaremos outras e uma das abertas será na Biblioteca Municipal de Jacareí, no dia 12, às 19 horas.
Confiram abaixo algumas fotos das apresentações e apareçam!
Abraços assombrosos!
Corpo Seco
Em agosto realizamos dez contações da peça "Encantos e Malassombras de Jacarehy".
Agora em setembro realizaremos outras e uma das abertas será na Biblioteca Municipal de Jacareí, no dia 12, às 19 horas.
Confiram abaixo algumas fotos das apresentações e apareçam!
Abraços assombrosos!
Corpo Seco
Escola Amaury Teixeira Vasquez
Escola Aderbhal de Castro
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
SIMPATIAS
O principal ingrediente de qualquer simpatia é a fé.
Para não faltar alimento
Sirva ao São Benedito, o primeiro café que passar de manhã, numa xícara com pires. Agradeça ao santo por ter comida em casa e peça para que nunca falte.
Troque o café diariamente.
Para curar bronquite
Pegue um cascudo, aquele peixe que vive no fundo dos rios. A pessoa com bronquite deve cuspir na boca do peixe e devolvê-lo na água.
Feito isso, a bronquite sara.
Mas, lembre-se: nunca mais a pessoa poderá comer cascudo!
Para curar quebranto
Prepare um chá de hortelã ou pacová. Depois pegue um chifre de boi, queime-o no fogo e rale um pouquinho sobre o chá. Misture o pozinho do chifre do boi no líquido.
Sirva o chá quente pra criança ou adulto com quebranto, antes das seis da tarde. Depois da Ave Maria, não se aconselha dar chá de hortelã pra criança.
Para curar hepatite
Faça um chá de picão preto, pingue mel e sirva pro doente, todos os dias, até ele sarar. Vista-o com roupas vermelhas ou use um cobertor vermelho.
O vermelho é uma cor que protege não só da hepatite, mas de doenças, em geral.
Para tirar soluço de nenê
Retire um fiapo de lãzinha da roupa da criança e coloque na testa dela. Em poucos minutos, o soluço passa.
Para acabar com a verruga
Pegue três grãos de milho e passe-os na verruga, um de cada vez. Em seguida, jogue-os para uma galinha comer.
A pessoa que joga os grãos tem que ficar de costas para a ave. Se olhar a galinha que comeu os grãos, a simpatia não funciona.
Para curar caxumba
Pegue uma colher de pau e unte a parte de fora da colher com sebo. Passe a colher com sebo, indo do queixo até perto da orelha (de baixo pra cima), três vezes.
Para arrumar marido ou esposa
Dê um nó numa das fitas da bandeira do Divino e peça que Ele traga seu (sua) pretendente.
Se a bandeira do Divino não passar perto da sua casa, você pode amarrar uma fitinha no pé do Santo Antônio e fazer o mesmo pedido.
Para acalmar chuva brava
Jogue sal na terra, desenhando uma cruz e diga: “Vai embora pro mar salgado onde não faça mal a ninguém”.
(do livro Encantos e Malassombras de Jacarehy)
Para não faltar alimento
Sirva ao São Benedito, o primeiro café que passar de manhã, numa xícara com pires. Agradeça ao santo por ter comida em casa e peça para que nunca falte.
Troque o café diariamente.
Para curar bronquite
Pegue um cascudo, aquele peixe que vive no fundo dos rios. A pessoa com bronquite deve cuspir na boca do peixe e devolvê-lo na água.
Feito isso, a bronquite sara.
Mas, lembre-se: nunca mais a pessoa poderá comer cascudo!
Para curar quebranto
Prepare um chá de hortelã ou pacová. Depois pegue um chifre de boi, queime-o no fogo e rale um pouquinho sobre o chá. Misture o pozinho do chifre do boi no líquido.
Sirva o chá quente pra criança ou adulto com quebranto, antes das seis da tarde. Depois da Ave Maria, não se aconselha dar chá de hortelã pra criança.
Para curar hepatite
Faça um chá de picão preto, pingue mel e sirva pro doente, todos os dias, até ele sarar. Vista-o com roupas vermelhas ou use um cobertor vermelho.
O vermelho é uma cor que protege não só da hepatite, mas de doenças, em geral.
Para tirar soluço de nenê
Retire um fiapo de lãzinha da roupa da criança e coloque na testa dela. Em poucos minutos, o soluço passa.
Para acabar com a verruga
Pegue três grãos de milho e passe-os na verruga, um de cada vez. Em seguida, jogue-os para uma galinha comer.
A pessoa que joga os grãos tem que ficar de costas para a ave. Se olhar a galinha que comeu os grãos, a simpatia não funciona.
Para curar caxumba
Pegue uma colher de pau e unte a parte de fora da colher com sebo. Passe a colher com sebo, indo do queixo até perto da orelha (de baixo pra cima), três vezes.
Para arrumar marido ou esposa
Dê um nó numa das fitas da bandeira do Divino e peça que Ele traga seu (sua) pretendente.
Se a bandeira do Divino não passar perto da sua casa, você pode amarrar uma fitinha no pé do Santo Antônio e fazer o mesmo pedido.
Para acalmar chuva brava
Jogue sal na terra, desenhando uma cruz e diga: “Vai embora pro mar salgado onde não faça mal a ninguém”.
(do livro Encantos e Malassombras de Jacarehy)
sábado, 13 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
MEU QUERIDO SANTO ANTÔNIO
Em todos os lugares dessa terra cheia de fé, as moças casadoiras faziam de tudo para arrumar marido: de promessas a torturas de santo. O preferido era Santo Antônio.
Na noite de treze de junho, elas deixavam uma bacia cheia d´água ao relento, pois acreditavam que poderiam ver o rosto do futuro marido no reflexo.
E se não tivesse nada lá? Era um tal de amarrar o santinho de cabeça pra baixo ou colocar o pobre no poço, até aparecer um pretendente.
E as orações então? Tinha uma que era:
“Meu Santo Antônio querido
Eu vos peço por quem sois
Dai-me o primeiro marido Que o outro arranjo depois.”
Tinha outra para os casos mais graves:
“Meu Santo Antônio querido
Meu santo de carne e osso
Se tu não me dá marido
Não tiro você do poço!”
Maria Helena, a Leninha bordadeira, sempre fazia uma simpatia para casar.
Teve um ano em que a Leninha colocou um pouco de cinzas nas mãos. Rezou pro Santo Antônio e abriu as mãos para ver a inicial do nome do seu amado. Que letra era aquela? T? Ou seria M?
Passou um ano, mais um dia de Santo Antônio chegou e a moça fez várias simpatias, só para garantir.
“Desta vez tem que dar certo.”
Leninha fez a da bacia, a da maçã amarrada com dois coraçõezinhos, a da clara de ovo num copo com água, a do punhal na bananeira e a da fitinha.
Antes de dormir, ainda colocou três feijões embaixo do travesseiro: um feijão com casca, um com alguma casca e outro sem casca nenhuma. Essa simpatia era para saber se o seu marido ia ser rico, remediado ou pobre.
Quando amanheceu, quanta esperança!
Leninha foi logo conferir e lá veio o feijão pelado.
- Ora Santo Antônio, um pobretão pra mim? Vá lá, contanto que venha!
A moça olhou o copo com a clara de ovo e coçou a cabeça.
- Hum... letra B? Ou será D? H?
Depois foi ver a bacia. Fechou os olhos, respirou fundo e olhou.
Não apareceu nada.
Respirou fundo mais uma vez e nadica de rosto do futuro marido.
“Água? De certo meu esposo vai ser marinheiro!”
Leninha tirou o punhal da bananeira e olhou a letra.
“Seria um R? Também pode ser um U...”
A moça estava desacorçoada.
- Ai Santo Antônio, chega! Eu já tenho vinte anos e nada de marido. Já me enamorei do Zé carteiro, do Dito leiteiro, do Denão que toca na banda, o Maneco da venda e qual? Cadê o homem? Eu bordei tanto enxoval que meus dedos têm até calo!
Antes de sair pra missa, arrematou:
- Perdi a paciência com o senhor, santinho! Vou tomar esse Menino Jesus dos seus braços e só devolvo quando me aparecer
um príncipe!
O tempo passou e eis que surgiu por aqui um violeiro. Seu nome era Leôncio, um tocador de primeira, desses que têm até guizo de cascavel na viola.
Leninha e o violeiro se viram pela primeira vez na festa da padroeira. Daí em diante, foi um tal de Leninha suspirar daqui e o Leôncio suspirar de lá.
Até que um dia, o violeiro colheu uma rosa vermelha e foi tocar embaixo da janela da moça.
Marcaram o casamento.
Leninha, já de bem com Santo Antônio, escolheu se casar bem no dia dele, treze de junho. Andava que era só elogios pro santinho e sorrisos pro violeiro.
Na véspera do grande dia, a noiva foi dar a última conferida no vestido branquinho, antes de dormir. De repente, começou a escutar um zunzunzum vindo da rua.
Os barulhos foram aumentando e virou um chororô alto, sem fim.
Foi um deus-nos-acuda: o Zé, o Dito, o Denão e o Maneco chorando que nem bezerros desmamados embaixo da janela da Leninha.
Até o pai da noiva teve que intervir, pegou a espingarda e botou todo mundo pra correr.
A Leninha, com os olhos cheios d’água, pediu mil perdões pro Santo Antônio e quase não dormiu.
No dia seguinte, foi casar de olhinhos inchados mesmo.
O pai da moça, pelo sim pelo não, rumou pro casamento com a garrucha na cintura, pra evitar qualquer bagunça no enlace.
O casamento aconteceu e o casal viveu feliz para sempre.
A Leninha virou a devota mais fervorosa do Santo Antônio e nunca mais judiou dele.
Todo ano, no dia treze de junho, Leninha e Leôncio faziam uma festa pro santinho, com fogueira e muita comida.
O Leôncio tocava viola e contava suas histórias do tempo de tropeiro.
A Leninha ensinava as simpatias pras moças e virou a madrinha de casamento mais concorrida de Jacareí.
Na noite de treze de junho, elas deixavam uma bacia cheia d´água ao relento, pois acreditavam que poderiam ver o rosto do futuro marido no reflexo.
E se não tivesse nada lá? Era um tal de amarrar o santinho de cabeça pra baixo ou colocar o pobre no poço, até aparecer um pretendente.
E as orações então? Tinha uma que era:
“Meu Santo Antônio querido
Eu vos peço por quem sois
Dai-me o primeiro marido Que o outro arranjo depois.”
Tinha outra para os casos mais graves:
“Meu Santo Antônio querido
Meu santo de carne e osso
Se tu não me dá marido
Não tiro você do poço!”
Maria Helena, a Leninha bordadeira, sempre fazia uma simpatia para casar.
Teve um ano em que a Leninha colocou um pouco de cinzas nas mãos. Rezou pro Santo Antônio e abriu as mãos para ver a inicial do nome do seu amado. Que letra era aquela? T? Ou seria M?
Passou um ano, mais um dia de Santo Antônio chegou e a moça fez várias simpatias, só para garantir.
“Desta vez tem que dar certo.”
Leninha fez a da bacia, a da maçã amarrada com dois coraçõezinhos, a da clara de ovo num copo com água, a do punhal na bananeira e a da fitinha.
Antes de dormir, ainda colocou três feijões embaixo do travesseiro: um feijão com casca, um com alguma casca e outro sem casca nenhuma. Essa simpatia era para saber se o seu marido ia ser rico, remediado ou pobre.
Quando amanheceu, quanta esperança!
Leninha foi logo conferir e lá veio o feijão pelado.
- Ora Santo Antônio, um pobretão pra mim? Vá lá, contanto que venha!
A moça olhou o copo com a clara de ovo e coçou a cabeça.
- Hum... letra B? Ou será D? H?
Depois foi ver a bacia. Fechou os olhos, respirou fundo e olhou.
Não apareceu nada.
Respirou fundo mais uma vez e nadica de rosto do futuro marido.
“Água? De certo meu esposo vai ser marinheiro!”
Leninha tirou o punhal da bananeira e olhou a letra.
“Seria um R? Também pode ser um U...”
A moça estava desacorçoada.
- Ai Santo Antônio, chega! Eu já tenho vinte anos e nada de marido. Já me enamorei do Zé carteiro, do Dito leiteiro, do Denão que toca na banda, o Maneco da venda e qual? Cadê o homem? Eu bordei tanto enxoval que meus dedos têm até calo!
Antes de sair pra missa, arrematou:
- Perdi a paciência com o senhor, santinho! Vou tomar esse Menino Jesus dos seus braços e só devolvo quando me aparecer
um príncipe!
O tempo passou e eis que surgiu por aqui um violeiro. Seu nome era Leôncio, um tocador de primeira, desses que têm até guizo de cascavel na viola.
Leninha e o violeiro se viram pela primeira vez na festa da padroeira. Daí em diante, foi um tal de Leninha suspirar daqui e o Leôncio suspirar de lá.
Até que um dia, o violeiro colheu uma rosa vermelha e foi tocar embaixo da janela da moça.
Marcaram o casamento.
Leninha, já de bem com Santo Antônio, escolheu se casar bem no dia dele, treze de junho. Andava que era só elogios pro santinho e sorrisos pro violeiro.
Na véspera do grande dia, a noiva foi dar a última conferida no vestido branquinho, antes de dormir. De repente, começou a escutar um zunzunzum vindo da rua.
Os barulhos foram aumentando e virou um chororô alto, sem fim.
Foi um deus-nos-acuda: o Zé, o Dito, o Denão e o Maneco chorando que nem bezerros desmamados embaixo da janela da Leninha.
Até o pai da noiva teve que intervir, pegou a espingarda e botou todo mundo pra correr.
A Leninha, com os olhos cheios d’água, pediu mil perdões pro Santo Antônio e quase não dormiu.
No dia seguinte, foi casar de olhinhos inchados mesmo.
O pai da moça, pelo sim pelo não, rumou pro casamento com a garrucha na cintura, pra evitar qualquer bagunça no enlace.
O casamento aconteceu e o casal viveu feliz para sempre.
A Leninha virou a devota mais fervorosa do Santo Antônio e nunca mais judiou dele.
Todo ano, no dia treze de junho, Leninha e Leôncio faziam uma festa pro santinho, com fogueira e muita comida.
O Leôncio tocava viola e contava suas histórias do tempo de tropeiro.
A Leninha ensinava as simpatias pras moças e virou a madrinha de casamento mais concorrida de Jacareí.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
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